O impacto dos indicadores sociais nas relações raciais



Imagem de Felipo Bellini (tumblr)

Não é novidade entender que, no Brasil, as desigualdades sociais atingem, em maior parte, a população preta e parda. De fato, isso representa um grande problema estrutural na sociedade brasileira, refletindo uma complexa interseção de fatores históricos, sociais e econômicos. 

Conforme os dados presentes na SIS, divulgada pelo IBGE, em 2022, esses grupos enfrentam diversos obstáculos no que se refere à obtenção de emprego, acesso à educação, segurança e saneamento básico, além de serem frequentemente excluídos das políticas públicas.

Observa-se que os índices de subutilização e informalidade ainda incidem de forma mais significativa sobre indivíduos pretos e pardos em comparação aos brancos. O rendimento médio real do trabalho para homens e mulheres pretas é muito menor 
que o de pessoas brancas. Dessa forma, as desigualdades raciais persistem em diversos setores e o acesso desigual a oportunidades pode contribuir para a perpetuação do ciclo de vulnerabilidade socioeconômica.

O contexto socioeconômico da população usuária está intrinsecamente ligado a fatores estruturais, como desigualdades raciais e condições sociais desfavoráveis. Nesse sentido, o acesso aos serviços básicos e programas sociais é fundamental para promover a inclusão social da população. 
Não é fácil acabar com a desigualdade racial, mas é necessário garantir que a população preta e parda tenha seus direitos viabilizados.

Quais medidas são necessárias para que a população preta e parda tenha acesso aos recursos básicos?
  1. Garantir o acesso universal a serviços de saúde e assistência social, promovendo campanhas de conscientização e combatendo o racismo estrutural.
  2. Facilitar o acesso dessa população ao mercado de trabalho, incentivando instituições e empresas a adotarem práticas de contratação inclusivas.
  3. Desenvolver políticas públicas que garantam moradia digna para todos, promovendo a inclusão urbana.
  4. Promover programas de conscientização antirracista desde a infância até a idade adulta, combatendo preconceitos enraizados na sociedade.
  5. Incentivar a participação política ativa da população preta e parda, garantindo sua representatividade em todos os níveis de governança.

É importante que a sociedade busque e compreenda os dados claros sobre desigualdades raciais, pois os indicadores incentivam um diálogo mais amplo e informado dentro da sociedade. Isso pode levar a um maior engajamento cívico, conscientização pública e apoio a iniciativas que buscam abordar e remediar essas desigualdades.

Reconhecer e enfrentar a desigualdade racial é um passo fundamental para a construção de um Brasil mais justo e inclusivo. Isso requer um esforço coletivo, envolvendo governos, instituições, sociedade civil e o setor privado, para implementar ações eficazes, promover a educação e garantir oportunidades equitativas para todos os brasileiros, independentemente de sua cor ou origem. Portanto, considera-se que as políticas sociais devem ser destinadas, especialmente, para a população em situação de vulnerabilidade social, como as registradas nos indicadores sociais de pobreza.

FONTES:

CFESS. Nota Técnica sobre o trabalho de assistentes sociais e a coleta do quesito Raça/Cor/Etnia, 2022.

IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, 2021.

IBGE. Síntese de Indicadores Sociais. Rio de Janeiro, 2022.


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